quarta-feira, 22 de julho de 2009

Albert Einstein: Sobre a Educação

" Às vezes vemos na escola apenas o instrumento para transferir uma certa quantidade de conhecimentos à geração seguinte. Mas é errada essa concepção. (...) A sua missão é desenvolver nos jovens capacidades e qualidades que contribuam para o bem-estar da comunidade. (...) O objectivo deve ser (...) o de treinar indivíduos que pensem e ajam de forma independente, indíviduos que encarem o serviço prestado à comunidade como o maior desafio das suas vidas."

"... a ambição, ou em termos mais suaves, o desejo de ser reconhecido e considerado publicamente, é algo que está firmamente cravado no fundo da natureza humana. Sem este género de estímulos mentais, a cooperação entre os homens seria de todo impossível: o desejo de aprovação pelos nosso congéneres é sem dúvida um dos laços mais fortes de qualquer sociedade."

"A escola deve ter como objectivo que os seus alunos saiam dela com uma personalidade harmoniosamente formada, e não como meros especialistas. Isto, em certo sentido, e a meu ver, é verdade até para as ecolas técnicas, que formam alunos para profissões claramente definidas. O desenvolvimento de uma aptidão geral para pensar e julgar de uma forma independente é algo que devia ser valorizado antes de tudo o mais, isso e não a aquisição de conhecimentos específicos. se uma pessoa denomina os fundamentos da sua disciplina e aprendeu a pensar e a trabalhar de forma independente, acabará certamente por encontrar o seu caminho, além de que terá mais facilidade em adaptar-se ao progresso e às mudanças..."

Albert Einstein (2005). Como vejo a ciência, a religião e o mundo. Lisboa, Relógio D'Água Editores.

O problema da profissionalização

A iniciativa Novas Oportunidades trouxe um investimento acentuado para a formação de quadros técnicos em diferentes níveis de qualificação. Este investimento é importante a dois níveis, um o da qualificação profissional e escolar dos activos portugueses, outro o da formação de jovens para o mundo do trabalho.
Se me parece que o primeiro é de louvar, uma vez que os adultos portugueses activos necessitam de melhorar as suas qualificações de forma a tornar a nossa produtividade melhor e mais competitiva, tenho sérias dúvidas em relação ao segundo.
É certo que era necessário fortalecer a oferta educativa e formativa para níveis de qualificação intermédios (especialmente nível III e IV), mas receio vir a acontecer o mesmo que se passou com o ensino superior. Ou seja, uma proliferação desregulada de cursos sem a devida adequação da oferta ao mercado de trabalho existente. Seria importante estudar rapidamente esta questão.

Porque não uma iniciativa conjunta do Observatório de Emprego com a ANQ de forma a, pelo menos, publicar dados relevantes para orientar as entidades formativas em relação à oferta formativa relevante e à sua dispersão geográfica? É preciso também sensibilizar os jovens e promover acções de informação que os cative para as questões profissionais.

O que parece estar a acontecer é estar a criar-se cursos de certificação profissional de forma arbitrária, sem ter em consideração questões de empregabilidade e de dispersão geográfica.