sábado, 15 de janeiro de 2011

Façamos a revolução da aprendizagem!

É frequente, em sessões de júri de adultos que frequentam o processo de RVCC, ouvir como justificação para a não conclusão dos estudos, durante a juventude, razões de natureza económica do agregado familiar. Mas é também referido, muitas vezes, que a falta de aptidão para o estudo, a ausência de motivação, o não ter "gostado" do professor A ou B ou os conteúdos programáticos demasiado teóricos, foram condicionantes do abandono escolar.

A educação das crianças, isto é, o sistema educativo regular com a sua estrutura linear e universal, acaba assim por assumir um papel central no nível de escolaridade e literacia da população adulta actual. Na palestra, que pode ver no vídeo abaixo, Sir Ken Robinson defende que a educação actual orienta-nos por forma a andar "obcecados com a entrada na faculdade". Parece ser este o grande objectivo dos vários anos que passamos a 'estudar'.

São afirmações interessantes "Construimos os nossos sistemas educativos segundo o modelo 'fast-food' ... e temo-nos vendido a esse sistema de educação" e "Temos de mudar para um modelo que seja baseado nos princípios da agricultura". Através de alguns exemplos claros consegue mostrar-nos que "a razão pela qual tantos desistem de continuar a sua educação é porque não os satisfaz, não lhes transmite energia nem alimenta a paixão".

A educação e certificação de adultos, de acordo com o modelo actualmente em vigor, poderá padecer dos mesmos problemas. Se aos adultos que se dirigem aos Centros Novas Oportunidades não forem criadas respostas que estimulem as energias reprimidas no seu tempo 'normal' da escola, que estejam orientadas para uma satisfação pessoal, que promovam a vontade de aprender, então talvez seja mesmo preciso uma "revolução da aprendizagem".

Antes de iniciar o vídeo não esqueça de seleccionar em "View subtitles" a linguagem Português.



1 comentário:

  1. "Criar condições para o desenvolvimento humano" deve ser o objectivo de qualquer intervenção educativa. As escolas não existem para emitir certificados, mas sim para "criar condições de desenvolvimento".
    Julgo que a Iniciativa Novas Oportunidades já traz algumas aproximações a este Modelo Agrícola na Educação, uma vez que promove processos que capitalizam a experiência de vida das pessoas, são dirigidos aos interesses pessoais e profissionais dos adultos e são modalidades que visam adaptar-se ao tempo que as pessoas têm disponível.

    A pergunta que resta colocar é "Qual o próximo passo"? Como poderemos promover ainda mais autonomia nos aprendentes de modo a que as pessoas, nas palavras do orador, "desenvolvam as suas próprias soluções"?

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