Muito se tem falado sobre a construção de projectos vocacionais nos CNO, até porque as próprias orientações da ANQ o salientam.
De facto, numa sociedade de conhecimento em que as qualificações são cada vez mais importantes, os percursos dos adultos nos CNO só têm sentido à luz da construção contínua de um trajecto de vida, pessoal e profissional, que permita a actualização de conhecimentos e a abertura de novas portas.
Desta forma, é essencial para os técnicos Novas Oportunidades integrar, em conjunto com o adulto, a sua passagem no centro como um passo para estabelecer novos desafios, novas oportunidades (passo a redundância). A este nível é importante a involvência dos técnicos, pois só em contextos de relações de confiança significativas é que muitas vezes estes projectos vêm a luz.
Em relação a esta ideia, um breve comentário ao trabalho do Prof. J. L. Coimbra (FPCEUP), sobre as experiências de acção-integração no desenvolvimento vocacional.
Para que o desenvolvimento humano ocorra, é importante a envolvência em experiências de vida significativas (Coimbra, 1991). Estas experiências permitem o desenvolvimento da relação entre o sujeito e o mundo, através da construção do self e das suas estruturas internas de conhecimentos (Mahoney & Liddon, 1988). No entanto, para que estas experiências sejam significativas, devem conter elementos de novidade, desafio, esforço e envolvimento emocional, articulados com objectivos pessoais do sujeito (Coimbra, 1991).
Foto por Nádia Monteiro (http://metamorfosedoego.blogspot.com)